Em 2015, enquanto o Brasil atravessava momentos turbulentos na política e saúde pública, especialistas tentavam prever como seria o mercado de trabalho nos próximos dez anos. As chamadas profissões do futuro misturavam carreiras já consolidadas e áreas que pareciam pertencer a filmes de ficção científica.
Mas, afinal, o quanto dessas apostas virou realidade? Descubra o que acertaram, o que mudou e o que ainda é promessa para 2025.
As apostas de 2015: o que estava no radar?
Há uma década, temas como Inteligência Artificial e Big Data eram novidade para a maioria dos profissionais. Os futurologistas Graeme Codrington e Joe Tankersley já apontavam caminhos para o futuro do trabalho, mas mantinham um pé nas profissões tradicionais e outro em tendências ousadas. Medicina, direito internacional e educação online, por exemplo, figuravam entre as carreiras mais promissoras.
Os profissionais da saúde, especialmente médicos, terapeutas, farmacêuticos e enfermeiros, eram vistos como indispensáveis. O envelhecimento populacional prometia manter essa demanda alta, algo que definitivamente se confirmou. Da mesma forma, especialistas acreditavam que o direito internacional ganharia mais espaço, acompanhando a globalização e a necessidade de regulamentar questões complexas entre países.
Na mesma época, criadores de conteúdo digital — categoria ainda em formação — já surgiam no radar das profissões do futuro. O tempo provou que essas previsões não estavam erradas: hoje, influenciadores digitais, youtubers e streamers são referências de carreira para milhões.
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Transformações digitais e novas oportunidades
Outro grande destaque de 2015 era a perspectiva de crescimento para especialistas em marketing e gestão de pessoas. As empresas buscavam formas de se adaptar à transformação digital e à explosão das redes sociais, exigindo profissionais versáteis e capazes de lidar com cenários dinâmicos. Além disso, a ascensão do ensino remoto, acelerada pela pandemia, confirmou a importância dos professores autônomos e dos cursos online.
Na área de sustentabilidade, o olhar para a agricultura familiar e a produção local também foi certeiro. O interesse crescente por alimentos orgânicos e a preocupação com práticas agroecológicas abriram espaço para novos negócios e profissionais focados em agricultura sustentável.
Trabalho sob demanda e a gig economy
Outro ponto previsto há dez anos era o avanço do modelo de trabalho sob demanda, a gig economy. Profissionais autônomos, freelancers e motoristas de aplicativos se tornaram comuns.
Plataformas digitais possibilitaram o surgimento de novas ocupações, com liberdade e flexibilidade. Essa mudança ajudou a redesenhar a relação entre empregadores e trabalhadores, mas também trouxe desafios de direitos e estabilidade.
Profissões que pareciam ficção científica

Imagem: Freepik
Nem todas as previsões foram tão pé no chão. Em 2016, Steve Tooze listou funções que pareciam distantes, como arqueólogo de lixo espacial, designer de partes do corpo humano e estrategista ambiental.
Embora algumas dessas ideias ainda estejam no campo experimental — sobretudo aquelas ligadas à exploração espacial e biotecnologia —, os debates que levantaram abriram portas para discussões sobre ética, tecnologia e futuro do trabalho.
O que aconteceu com as apostas mais ousadas?
Especialistas em memória humana e digital, por exemplo, ainda são uma raridade, restritos principalmente à pesquisa acadêmica. Já o interesse por próteses e melhorias corporais cresceu com os avanços da bioengenharia e design biomédico.
No caso dos profissionais voltados à tecnologia, surgiram funções que ninguém cogitava em 2015: especialistas em proteção de dados, desenvolvedores de realidade aumentada, gestores de comunidades digitais e analistas de tendências. O campo ambiental, por sua vez, foi valorizado com demandas por consultores em ESG (Ambiental, Social e Governança), abrindo novas portas na economia verde.
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Acertos, erros e ajustes de rota
Olhando para trás, fica claro que as carreiras ligadas à internet, ensino online e saúde foram certeiras. Por outro lado, previsões mais ousadas — como profissões espaciais e biotecnológicas — evoluíram mais devagar, restritas a nichos ou regiões específicas com forte investimento em ciência e tecnologia.
Certas carreiras tradicionais, como engenharias e advocacia, mantêm relevância, mas hoje compartilham espaço com novas áreas híbridas, como marketing de influência, ciência de dados e cibersegurança.
A reinvenção contínua e o olhar para o futuro
O exercício de prever carreiras para daqui a dez anos deve sempre considerar a velocidade com que a sociedade muda, impulsionada por tecnologia, necessidades sociais e econômicas. Até mesmo as funções mais promissoras de hoje podem ser substituídas, redesenhadas ou incorporadas a outras áreas.
E você, já se perguntou qual dessas profissões será destaque em 2035? Quais tendências vão surpreender e transformar o mercado outra vez? Fica a reflexão para quem está escolhendo um caminho profissional ou pensando em se reinventar: a única certeza é a mudança constante — e a importância de manter a mente aberta para o novo.
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