No aniversário de cinco anos do Pix, a plataforma de pagamentos instantâneos traz uma novidade que promete instigar o interesse de quem acompanha o cenário financeiro digital: em novembro, entra em vigor um sofisticado sistema de rastreamento de recursos para coibir fraudes e golpes.
A medida permitirá que, em casos de transações suspeitas, o caminho do dinheiro seja acompanhado em várias etapas, ampliando as chances de recuperação dos valores, e o compartilhamento de informações entre instituições financeiras.
Descubra agora como isso pode afetar milhões de pessoas – e o que muda no cotidiano de quem utiliza o Pix.
Novo rastreamento de valores
A partir de 23 de novembro de 2025, o Banco Central adotará uma evolução no rastreamento das transações feitas via Pix. Até então, a atuação das instituições focava no bloqueio do valor apenas na primeira conta que recebia o dinheiro após uma fraude. O problema era que, geralmente, os fraudadores repassavam rapidamente os valores para outras contas, dificultando a devolução.
Com o novo mecanismo, será possível bloquear recursos não só na conta inicial, mas em várias camadas de transações subsequentes. Esse processo de rastreamento permite identificar o percurso do dinheiro dividido, analisando detalhadamente para onde ele foi redistribuído. Cada vez que o valor é transferido entre contas, as informações são compartilhadas entre as instituições, facilitando a recuperação do montante desviado.
Mecanismo Especial de Devolução (MED 2.0)
O Mecanismo Especial de Devolução (MED), introduzido em 2021, já ajudava vítimas de golpes, fraudes ou coerção a recuperar parte dos prejuízos. Agora, com a chegada do MED 2.0, o sistema se torna ainda mais eficiente. Antes, o rastreamento parava na primeira conta envolvida; agora, o dinheiro pode ser acompanhado em cadeia, aumentando as chances de bloquear e devolver recursos às vítimas.
A implementação do MED 2.0 será opcional para os bancos até fevereiro de 2026, quando passará a ser obrigatória, mas as principais instituições já sinalizam adesão para aprimorar a segurança do sistema.
Como funciona a contestação de fraudes no Pix

Desde 1° de outubro, clientes têm à disposição o botão de contestação diretamente no aplicativo bancário. Ao identificar uma transação suspeita, basta acionar a funcionalidade para iniciar a análise, sem necessidade de contato com atendentes. O pedido é encaminhado ao banco do destinatário, resultando no bloqueio imediato dos valores encontrados.
Após o bloqueio, as instituições analisam o caso em até 7 dias. Se confirmada a fraude, a devolução do dinheiro pode ocorrer em até 11 dias. Essa medida não se aplica a desacordos comerciais, arrependimentos ou erros de digitação na hora de transferir o Pix, sendo destinada exclusivamente para golpes e fraudes confirmadas.
Documentos e provas no processo de contestação
Durante a contestação, pode-se anexar boletins de ocorrência, capturas de tela e outros documentos que auxiliem na análise dos bancos. Essa documentação será solicitada somente após a abertura do MED, tornando o processo mais rápido e acessível para o cliente.
Valores devolvidos
O Pix colecionou feitos nos últimos anos, inclusive na devolução de valores perdidos em fraudes. Em pouco mais de quatro anos, foram restituídos mais de R$ 1,5 bilhão às vítimas. Os dados do Banco Central mostram que só nos primeiros sete meses de 2025, foram devolvidos R$ 377,4 milhões.
Veja:
| Ano | Valores devolvidos |
|---|---|
| 2021 (nov-dez) | R$ 3.898.646,65 |
| 2022 | R$ 191.164.322,82 |
| 2023 | R$ 389.139.322,39 |
| 2024 | R$ 561.513.623,72 |
| 2025 (até julho) | R$ 377.427.374,88 |
Para aumentar as chances de bloqueio e devolução, é recomendável acionar o banco imediatamente após a percepção de fraude ou golpe. Quanto mais rápido o processo, maior a possibilidade de sucesso na recuperação do valor.
Novidades e futuros aprimoramentos do Pix
Além do rastreamento mais apurado, o Pix traz uma série de atualizações, integrando funcionalidades pensadas para ampliar a praticidade e a segurança dos usuários.
Pix Parcelado
Em breve, será possível parcelar o pagamento via Pix, tornando a oferta mais flexível para lojistas e consumidores. O recebedor tem acesso ao valor total de imediato, enquanto o pagador poderá optar pelo crédito parcelado.
Pix em garantia
Outra inovação prevista para 2026 é a possibilidade de usar os recebíveis futuros do Pix como garantia para obtenção de crédito. A medida será direcionada para empresas, buscando facilitar e baratear o acesso a financiamento, sem alteração na experiência dos usuários pessoa física.
Outras medidas
- Boleto com QR Code: Desde fevereiro de 2025, contas e cobranças já podem ser pagas por meio do Pix utilizando QR Code no boleto.
- Pix por aproximação: Desde final de fevereiro, clientes podem realizar pagamentos apenas aproximando o celular da maquininha, similar ao cartão com tecnologia NFC.
- Pix Automático: Disponível desde junho de 2025, funciona de modo parecido com débito automático para pagamentos recorrentes, mediante autorização prévia do cliente.
Dicas para se proteger de golpes
- Ao notar qualquer atividade suspeita, acione imediatamente o canal oficial de contestação no aplicativo do banco.
- Evite compartilhar códigos, senhas ou dados pessoais com terceiros.
- Fique atento a mensagens de estranhos solicitando transferências rápidas e, em caso de dúvida, confirme a identidade antes de efetuar o pagamento.
- Utilize sempre os canais oficiais das instituições financeiras para resolver qualquer problema relacionado ao Pix.
Perguntas frequentes
- O que é o MED 2.0 no Pix?
É a nova versão do Mecanismo Especial de Devolução, que permite rastrear valores em diferentes etapas das transações. - Quando o novo rastreamento do Pix começa a funcionar?
O novo sistema estará vigente a partir de 23 de novembro de 2025. - Como posso contestar uma transação suspeita no Pix?
Basta utilizar o botão de contestação disponível no aplicativo do seu banco e seguir as instruções para registrar a suspeita. - Qual o prazo para devolução do valor contestado?
O valor pode ser devolvido em até 11 dias após a análise dos bancos envolvidos.
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