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Pesquisa revela: quem busca na web aprende melhor que quem usa IA

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Uma nova pesquisa conduzida pela Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, aponta que indivíduos que utilizam mecanismos de busca para aprender, desenvolvem um conhecimento mais profundo e original em comparação com aqueles que dependem exclusivamente de inteligência artificial. O estudo, publicado na revista PNAS Nexus, analisou o comportamento de mais de 10 mil participantes e concluiu que o processo de pesquisa ativa estimula o raciocínio e a retenção de informações.

Os pesquisadores Shiri Melumad e Jin Ho Yun descobriram que, embora ferramentas como o ChatGPT ofereçam respostas rápidas, elas promovem uma postura de aprendizado passiva. Em contrapartida, a busca tradicional na web exige um maior engajamento cognitivo, levando à produção de textos mais detalhados, variados e com maior diversidade linguística.

Busca ativa vs. Resumos de IA

Em um dos sete experimentos realizados, os participantes foram encarregados de aprender a plantar uma horta. Aqueles que usaram o Google para pesquisar o tema escreveram respostas relevantes mais completas do que o grupo que consultou uma IA. Mesmo quando o conteúdo base era idêntico, a ação de navegar por diferentes fontes e comparar informações resultou em uma compreensão superior do assunto.

A análise de tempo também revelou dados importantes. Usuários de IA levaram, em média, 585 segundos para concluir a tarefa de aprendizado, enquanto os que utilizaram a busca convencional precisaram de 743 segundos. Essa diferença de tempo reflete o esforço mental adicional que, segundo o estudo, é fundamental para construir estruturas de conhecimento mais robustas e duradouras.

Qualidade e confiança da informação

Imagem de um usuário interagindo com a interface do ChatGPT.
Estudo mostra que apenas 25% dos leitores preferiram as recomendações da IA. Imagem: Freepik

A percepção de qualidade também foi um fator determinante. Avaliadores independentes consideraram os textos baseados em buscas na web mais informativos, úteis e confiáveis. Os conselhos gerados por IA foram classificados como mais curtos, repetitivos e com menos referências factuais. Os dados mostraram que apenas 25% dos leitores preferiram as recomendações da IA, enquanto metade optou pelas informações compiladas a partir da pesquisa em links da web.

Essa desconfiança se alinha com a própria percepção dos participantes. Aqueles que receberam resumos prontos da IA relataram uma sensação menor de aprendizado, indicando que a ausência do processo de exploração e descoberta impacta diretamente a autoconfiança sobre o conhecimento adquirido.

O risco da aprendizagem passiva

Os autores do estudo alertam que o problema não reside na tecnologia em si, mas na forma como ela é utilizada. Ao fornecer respostas prontas, a IA pode desestimular o questionamento e a análise crítica, elementos importantes para o aprendizado ativo. Mesmo quando os resumos de IA incluíam links para as fontes originais, apenas um em cada quatro pessoas clicou para aprofundar a leitura.

Essa tendência transforma a investigação em uma leitura passiva, comprometendo o desenvolvimento do chamado conhecimento processual, aquele que envolve a compreensão real e a capacidade de aplicar o que foi aprendido. A recomendação dos pesquisadores é que as ferramentas de IA sejam integradas como um complemento ao estudo, e não como um substituto para o pensamento crítico e a pesquisa autônoma.

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Perguntas frequentes

A IA é inútil para o aprendizado?

Não. A IA é eficiente para consultas rápidas e obtenção de respostas factuais, mas é menos indicada para o desenvolvimento de uma compreensão conceitual profunda, que exige exploração ativa.

Qual a principal desvantagem de usar IA para aprender?

A principal desvantagem é a promoção de um aprendizado passivo, que reduz o engajamento cognitivo, o esforço de reflexão e, consequentemente, a retenção do conhecimento a longo prazo.

Por que a busca na web promove um aprendizado melhor?

Porque o ato de navegar por múltiplas fontes, comparar informações e sintetizar o conteúdo estimula o raciocínio crítico e ajuda a construir conexões mentais mais fortes e originais sobre o tema.

O tempo economizado com a IA compensa a perda de profundidade?

Segundo o estudo, para tarefas que exigem compreensão e aplicação do conhecimento, a economia de tempo não compensa a perda na qualidade e na profundidade do aprendizado.

Como usar a IA de forma eficaz nos estudos?

A IA pode ser usada como ponto de partida para gerar ideias, esclarecer dúvidas pontuais ou resumir conceitos já estudados. No entanto, ela deve complementar, e não substituir, a pesquisa ativa em fontes diversas.

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