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O que significa tratar animal de estimação como se fosse filho?

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Nos últimos anos, a dinâmica entre os seres humanos e seus animais de estimação passou por uma transformação significativa.

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Muitos tutores começaram a tratar cães, gatos e outros pets não apenas como companheiros, mas como verdadeiros filhos, integrando-os de maneira profunda à estrutura familiar.

Para especialistas, a humanização dos animais de estimação surge como uma resposta afetiva a essas mudanças na sociedade, preenchendo lacunas emocionais e redefinindo os laços afetivos contemporâneos.

O que significa tratar pets como filhos?

O que significa tratar animal de estimação como se fosse filho?

Tratar um animal de estimação como filho reflete uma profunda reconfiguração dos vínculos afetivos na sociedade moderna. Foto: Reprodução / Pexels

Tratar animais de estimação como filhos significa estabelecer uma relação de cuidado e afeto semelhante àquela destinada a crianças humanas, incorporando práticas e linguagens típicas da parentalidade.

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Em um estudo publicado na “Humanity & Society“, muitos participantes que se identificavam como “pais de pets” descreviam seus papéis usando termos como “nutrir”, “educar” e “proteger”, assim como fariam com filhos humanos.

Esses tutores frequentemente mencionavam atividades como levar o animal ao veterinário (equivalente a consultas pediátricas), ensinar comportamentos (como adestramento) e planejar rotinas para garantir o bem-estar do pet, evidenciando uma dinâmica similar à criação de crianças.

Além disso, a pesquisa destacou que a motivação para tratar pets como filhos varia conforme o contexto familiar.

Participantes sem filhos humanos, por exemplo, muitas vezes viam a relação com seus animais como um treinamento para a futura parentalidade, utilizando narrativas culturais consolidadas sobre cuidado infantil para legitimar seu papel.

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Por outro lado, o estudo também revelou que nem todos os tutores adotam essa perspectiva. Alguns, especialmente os envolvidos em movimentos pelos direitos dos animais, rejeitam a ideia de “posse” ou “paternidade” sobre os pets, preferindo termos como “tutor” ou “companheiro”.

Por que isso pode ser prejudicial?

Do ponto de vista da biologia evolutiva, a infantilização de pets, especialmente cães e gatos, pode ser prejudicial, pois a seleção de características físicas que imitam traços infantis humanos, como focinhos achatados e olhos grandes, muitas vezes resulta em graves problemas de saúde.

Um estudo na revista “PNAS” revela que raças como Pugs e Persas, criadas para ter rostos achatados, sofrem com dificuldades respiratórias, condições neurológicas e complicações no parto devido à estrutura craniana alterada.

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Essas características, embora desencadeiem instintos de cuidado nos humanos, ultrapassam os limites naturais da fisiologia animal, causando sofrimento evitável.

Além disso, a reprodução seletiva para atender a preferências estéticas humanas ignora o bem-estar dos animais, como destacado pelo Comitê de Bem-Estar Animal do Reino Unido.

A pesquisa enfatiza que a convergência evolutiva induzida pelo homem, como a semelhança entre crânios de cães e gatos de focinho curto, substitui milhões de anos de adaptação natural por décadas de seleção artificial prejudicial.

Outras razões apontadas

Especialistas em comportamento animal também alertam que agir como se os pets fossem pessoas pode levar a hábitos inadequados e problemas de saúde, incluindo:

  • Problemas de peso e nutrição: oferecer alimentos humanos, como doces e fast food, pode causar obesidade, pancreatite e alergias, uma vez que pets têm necessidades nutricionais diferentes;
  • Má interpretação de hábitos: atribuir emoções humanas a ações como destruir objetos ou fazer xixi no lugar errado impede a identificação de causas reais, como ansiedade ou falta de estímulos;
  • Tolerância a comportamentos rudes: ignorar agressividade, possessividade ou falta de limites pode levar a situações perigosas com outros animais ou pessoas;
  • Estresse e reatividade: forçar interações sociais (como cumprimentar estranhos ou outros pets) pode deixar o animal ansioso e até agressivo, caso se sinta ameaçado;
  • Excesso de excitação: encorajar hiperatividade constante, em vez de ensinar calma, pode resultar em dificuldade de controle e estresse elevado.
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