Possivelmente você já cometeu esse erro: confundir “a” e “há”. Esse é um dos equívocos mais comuns da Língua Portuguesa e acontece porque se tratam de palavras homófonas.
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Isso significa que são termos que possuem a mesma pronúncia, mas grafia e significados diferentes.
Então, se você ainda não aprendeu a diferenciar os dois de uma vez por todas, saiba que não está sozinho(a). Algumas dicas são fundamentais para ajudá-lo(a) a não confundir o “a” e o “há” novamente.
Quando usar o “a”?
Para entendermos a diferença entre os dois termos, vamos analisá-los individualmente, destacando o que cada um deles significa.
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Primeiro, é importante estar ciente de que os vocábulos pertencem a classes gramaticais diferentes. O “a” é um artigo definido feminino singular. Isso quer dizer que tem a função de especificar um substantivo feminino.
Nem sempre, contudo, o “a” é um artigo; ele também pode exercer o papel de preposição, ligando elementos de uma oração.
Além disso, pode ser usado para se referir a distâncias e acontecimentos futuros. Nesses casos, a confusão com o “há” se torna ainda mais comum.
Exemplos de frases com “a”
Vamos conferir alguns exemplos de frases com o “a” para compreender melhor seu uso:
Como artigo definido
- Encontramos a solução para o problema rapidamente;
- Preciso devolver a chave para o porteiro;
- João comprou a camisa que estava na promoção;
- Vamos visitar a cidade histórica no fim de semana;
- Ela sempre elogia a comida do restaurante.
Como preposição
- Cheguei a tempo para o evento;
- Ele foi a São Paulo ontem;
- Estamos acostumados a desafios;
- Maria está habituada a se atrasar;
- Ela pediu a Deus que protegesse sua mãe.
Quando usar o “há”?
A forma “há”, apesar de ter a mesma pronúncia do “a”, possui uma função e significado diferentes. Na verdade, trata-se de uma conjugação do verbo “haver”.
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Nesse sentido, o “há” é utilizado quando o verbo é impessoal, ou seja, sem sujeito, trazendo uma ideia de “existir”.
“Há”, portanto, nada mais é do que o verbo “haver” conjugado na terceira pessoa do singular do indicativo.
O termo costuma trazer o sentido de existir ou de que algo já aconteceu. Por isso, pode ser substituído por verbos como “existir” ou “fazer”.
Se ficar em dúvida se deve usar o “a” ou o “há”, tente substituir pelos verbos citados e veja se a oração faz sentido. Caso a resposta seja positiva, deve-se empregar o “há”.
Exemplos de frases com “há”
Veja alguns exemplos para ajudar na fixação:
Indicando tempo corrido
- Cheguei aqui há duas horas (Cheguei aqui faz duas horas);
- Nos mudamos para esta cidade há cinco anos (Nos mudamos para esta cidade faz cinco anos);
- O projeto foi entregue há poucos dias (O projeto foi entregue faz poucos dias);
- Eles começaram o curso há um mês (Eles começaram o curso faz um mês);
- O acidente aconteceu há muito tempo (O acidente aconteceu faz muito tempo).
Com o sentido de existir
- Há muitas pessoas na fila do banco (Existem muitas pessoas na fila do banco);
- Há um problema que precisamos resolver (Existe um problema que precisamos resolver);
- Há uma vaga de emprego disponível na empresa (Existe uma vaga de emprego disponível);
- Há diversas opções de restaurantes nesta rua (Existem diversas opções de restaurantes nesta rua);
- Há um livro interessante sobre esse assunto na biblioteca (Existe um livro interessante sobre esse assunto na biblioteca).
Dica bônus: atenção ao pleonasmo
Quando o assunto é o emprego do “há”, é bem comum que ele seja acompanhado de um pleonasmo. Certamente você já disse que algo aconteceu “há anos atrás”.
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Apesar de ser frequente e aceito na linguagem informal, é importante saber que se trata de uma expressão redundante, tendo em vista que a forma verbal “há” já transmite a ideia de tempo corrido por si só.
Assim, a inclusão do “atrás” para indicar o passado é desnecessária.