A intoxicação por metanol representa um grave risco à saúde, podendo levar a danos permanentes e até mesmo à morte, mesmo em pequenas quantidades. Diferente do etanol (álcool comum em bebidas), o metanol tem um processo de degradação no organismo extremamente perigoso, transformando-se em substâncias altamente tóxicas que afetam diversos órgãos. Entenda melhor!
O que é o metanol e onde é encontrado?
O metanol é um tipo de álcool amplamente utilizado em solventes e na fabricação de produtos químicos. No entanto, ele é altamente tóxico e pode causar sérios danos à saúde quando ingerido. A substância pode afetar órgãos vitais, como o fígado, o cérebro e o nervo óptico, resultando em complicações graves, como cegueira, coma e, em casos mais extremos, a morte. O metanol é frequentemente encontrado em bebidas alcoólicas adulteradas, além de produtos como combustíveis, solventes e produtos de limpeza.
Embora o cheiro e o gosto do metanol sejam semelhantes aos do etanol (o álcool presente em bebidas alcoólicas), os efeitos no corpo são drásticos e muito mais perigosos. Quando ingerido, o metanol é convertido no fígado primeiro em formaldeído, também conhecido como “formol”, e depois em ácido fórmico. Esse processo aumenta a acidez do sangue, levando a uma condição chamada acidose metabólica, que pode ser fatal se não tratada adequadamente.
Primeiras 12 horas após a ingestão

Imagem: Freepik
Nas primeiras 12 horas, a intoxicação por metanol apresenta sintomas discretos e enganosos. De início, os sintomas se parecem com os de uma bebedeira comum. A pessoa pode sentir náuseas, dor abdominal, tontura e dor de cabeça. Muitas vezes, esses sintomas são leves, o que acaba retardando a procura por atendimento médico.
Como o fígado precisa de tempo para metabolizar o metanol até o ácido fórmico, os sintomas não são imediatos. A pessoa pode tomar a bebida em uma festa e ir para casa tranquilamente, sem perceber o perigo. O envenenamento por metanol geralmente se manifesta em média de 12 a 24 horas após a ingestão da bebida adulterada, com sintomas genéricos de uma intoxicação qualquer.
Entre 12 e 24 horas: agravamento dos sintomas
Entre 12 e 24 horas após a ingestão, os efeitos se tornam mais graves. O ácido fórmico prejudica a produção de energia nas células, afetando principalmente a retina e o nervo óptico. Os sintomas mais comuns nesse período incluem visão borrada, fotofobia (sensibilidade à luz) e a sensação de ver pontos brilhantes, além de confusão mental e respiração acelerada.
Até 24 horas após a ingestão, o fígado tenta transformar o metanol em substâncias elimináveis, mas acaba gerando compostos ainda mais tóxicos, como o formaldeído e o ácido fórmico. Este último é particularmente perigoso, pois interfere na produção de energia nas mitocôndrias das células, afetando principalmente tecidos com alta demanda energética, como os nervos e a retina. Essa intoxicação severa sobrecarrega o metabolismo celular, impactando gravemente o funcionamento do corpo.
Alterações na visão: o sinal de alerta mais importante
Entre os sintomas possíveis estão cegueira, névoa na visão, intolerância à luz e aparecimento de manchas. Apesar dos sinais relacionados ao nervo óptico serem os mais comuns, o mais perigoso são os sintomas do que seria a “intoxicação das mitocôndrias”. A especialista Camilla Alliz, preceptora de catarata e retina na Fundação Altino Ventura (FAV) explica que a ingestão de apenas 4 ml de metanol pode ser suficiente para causar a perda total da visão.
Entre 24 e 48 horas: risco de morte e danos irreversíveis
Nesse estágio, os danos deixam de ser apenas metabólicos ou neurológicos e avançam para uma falência sistêmica. Coração, pulmões e rins entram em colapso progressivo, consequência direta da acidose metabólica severa e da sobrecarga tóxica. É nesse momento que o risco de morte se torna elevado e, mesmo com tratamento, as chances de reversão caem drasticamente.
Entre 18 e 48 horas após a ingestão, o ácido fórmico interrompe a produção de energia nas células, fazendo com que o pH do sangue caia, danificando tecidos e órgãos do corpo. Isso pode causar insuficiência renal, convulsões e até sangramento gastrointestinal. Uma mudança dramática na frequência cardíaca, acelerando rapidamente ou desacelerando acentuadamente, é muitas vezes um sinal de um “caso fatal”. Seu efeito no relaxamento muscular também suprime o sistema respiratório, causando dificuldade repentina em engolir e dificultando a respiração.
Quando buscar atendimento médico?
Os sintomas da intoxicação por metanol geralmente surgem entre 12 e 24 horas após o consumo e podem ser confundidos com os de uma ressaca comum. Ao perceber esses sinais, é fundamental procurar atendimento médico de emergência, informando sobre o consumo de bebidas alcoólicas, o contexto e os detalhes, como tipo de bebida e horário da ingestão.
Especialistas alertam que a única chance real de conter os danos é buscar atendimento médico imediato. O tratamento pode incluir o uso de fomepizol ou etanol como antídotos e, em casos mais graves, hemodiálise para eliminar os compostos tóxicos. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior a chance de evitar consequências permanentes, como cegueira ou morte.
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