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Santo Antônio de Jesus

Confira locais de prova, data de realização e mais

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O Governo Federal anunciou a realização do Concurso Nacional Unificado, que tem como objetivo preencher cerca de 8 mil vagas em ministérios e órgãos do serviço público federal. Diferente dos processos seletivos atuais, nos quais cada órgão realiza suas próprias provas separadamente, o concurso prevê uma seleção única, que será realizada simultaneamente em 179 cidades de todo o país.

Essa iniciativa, proposta pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, tem como objetivo agilizar a contratação de servidores e reconstruir a capacidade dos órgãos públicos federais, que sofreram uma perda de 73 mil servidores nos últimos seis anos.

Descentralização do processo seletivo

Inspirado no modelo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Concurso Nacional Unificado será realizado em diversas cidades do país de forma simultânea. Essa descentralização tem como propósito ampliar e democratizar o acesso da população brasileira às vagas no serviço público federal, além de aumentar a diversidade sociodemográfica e territorial dos servidores.

“Quanto mais o perfil do servidor estiver alinhado com o perfil da população, melhor para o governo. Quanto mais essa burocracia for representativa do coletivo da nação, as políticas públicas também serão mais representativas, resultando em melhores serviços para a população”, explica o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão, José Celso Cardoso Jr.

No entanto, é importante ressaltar que a descentralização da aplicação das provas não está relacionada à lotação dos servidores após a aprovação no concurso. A maioria das vagas será destinada a Brasília, onde estão localizadas as sedes dos órgãos públicos federais. No entanto, existe a possibilidade de atuação fora da capital federal, de acordo com a demanda de cada órgão. Essa definição ocorrerá somente após a aprovação no certame.

Cronograma do Concurso Nacional Unificado

Os ministérios e órgãos interessados em participar do concurso unificado têm até o dia 29 de setembro para fazer a adesão, que é voluntária. A publicação do edital está prevista para o dia 20 de dezembro, e a aplicação da prova será realizada no dia 25 de fevereiro de 2024.

Os resultados gerais da primeira fase devem ser divulgados até abril de 2024, e os cursos de formação devem começar entre junho e julho. O início dos processos de alocação e ambientação dos servidores está previsto para acontecer entre julho e agosto de 2024.


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Processo seletivo do Concurso Nacional Unificado

Durante a inscrição, os candidatos deverão optar por um dos blocos das áreas de atuação governamental disponíveis. Em seguida, deverão indicar sua preferência por cargo ou carreira entre as vagas disponíveis no bloco escolhido.

A primeira etapa do concurso unificado será realizada em um único dia, dividida em dois momentos. Primeiramente, será aplicada uma prova objetiva com conteúdo comum a todos os candidatos. Em seguida, no mesmo dia, serão aplicadas provas dissertativas com conteúdos específicos de acordo com cada bloco temático.

Além das provas, cada órgão poderá estabelecer suas próprias exigências em relação à titulação acadêmica e experiência profissional. “A seleção vai combinar tanto a vocação do candidato para uma determinada área como as especificidades de cada carreira”, explica Cardoso.

Conteúdos abordados nas provas

Os conteúdos que serão cobrados nas provas serão definidos em conjunto com os órgãos participantes e divulgados no edital. As áreas de atuação disponíveis são: Administração e Finanças (580 vagas); Setores Econômicos, Infraestrutura e Regulação (1.015 vagas); Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário (1.040 vagas); Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação (1.194 vagas); Políticas Sociais, Justiça e Saúde (1.470 vagas); Trabalho e Previdência (940 vagas); Dados, Tecnologia e Informação Pública (895 vagas), além do nível intermediário (692 vagas).

Para aqueles que desejam se candidatar a uma vaga no serviço público federal, é recomendado dedicar-se às disciplinas de conteúdo comum a todos os candidatos. Segundo o professor de direito constitucional  Aragone Fernandes, essa estratégia pode proporcionar uma vantagem, principalmente para aqueles que ainda não decidiram o órgão ou autarquia para o qual desejam concorrer.

“Desde já, sabe-se que algumas disciplinas estão previstas para fazer parte da parte básica e transversal, como é o caso de português, raciocínio lógico, conhecimentos sobre a realidade brasileira, trabalho em equipe ou mentalidade digital. Se o candidato busca aprovação em um concurso para o Executivo federal, mas ainda não definiu algum órgão ou autarquia, pode sair na frente dos demais, dedicando-se às disciplinas já anunciadas”, diz o professor.

Segundo o Guia Referencial para Concursos Públicos, as provas dos processos seletivos dos órgãos públicos devem contemplar conteúdos que fortaleçam a vocação para a administração pública, como ética pública, diversidade, inclusão, direitos humanos, realidade brasileira, políticas públicas e desenvolvimento nacional. “São temas que podem avaliar a motivação e o compromisso com o interesse público daqueles que dedicarão grande parte de sua vida profissional ao serviço da sociedade”, destaca o guia.

Segurança e preocupações

A aplicação das provas em cerca de 180 cidades é extremamente benéfica, pois possibilita a participação de pessoas que estão fora dos grandes centros e não contam com recursos financeiros para se deslocar até Brasília. No entanto, é necessário garantir a segurança do concurso para evitar vazamentos e assegurar a lisura da competição.

“Existem vagas com remuneração elevada, superando os R$ 30 mil, o que aumenta a preocupação. Sei que anualmente são aplicadas as provas do Enem, que é a segunda maior prova do mundo, atrás apenas do vestibular na China. No entanto, a magnitude da disputa envolvendo um cargo público com remuneração elevada é maior”, alerta o professor.

Organização do Concurso Nacional Unificado

O concurso será organizado por uma coordenação-geral composta pelo Ministério da Gestão e Inovação, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) e pela Advocacia-Geral da União (AGU). Além disso, as comissões setoriais de cada órgão envolvido terão participação ativa, e seus representantes formarão o Comitê Consultivo/Deliberativo.

Até meados de setembro deste ano, o Ministério da Gestão e Inovação deverá publicar o ato oficial que definirá a estrutura de governança do Concurso Unificado.

Segundo o professor Francisco Antonio Coelho Junior, do Departamento de Administração da Universidade de Brasília, os ministérios e agências reguladoras deverão aprimorar suas políticas de capacitação e treinamento dos servidores que ingressarem no serviço público. “Os órgãos precisarão desenvolver ações de capacitação, desenvolvimento de competências e trilhas de aprendizagem, visando qualificar melhor esses servidores em relação às expectativas de desempenho que lhes serão atribuídas”, destaca o professor.

Com o Concurso Nacional Unificado, espera-se que o processo de seleção e contratação de servidores públicos federais seja mais ágil e eficiente, contribuindo para a melhoria dos serviços prestados à população. A descentralização das provas e a diversidade de áreas de atuação também são aspectos positivos que visam tornar o serviço público mais representativo e inclusivo. Agora, cabe aos interessados se prepararem e se candidatarem para garantir uma oportunidade nesse concorrido processo seletivo.

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