Um novo capítulo promete transformar os procedimentos para tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Recentemente, o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) anunciou a extinção da obrigatoriedade das aulas em autoescolas, surpreendendo milhares de brasileiros que já tinham investido valores consideráveis em pacotes de aulas teóricas e práticas.
Será que quem já desembolsou quantias vai conseguir recuperar parte do dinheiro? Os detalhes chegam logo após a regulamentação pelo governo federal, deixando muita gente atenta a possíveis direitos e mudanças que impactam diretamente o bolso dos candidatos à habilitação.
O que muda com as novas regras para a CNH?
O anúncio do Contran prevê alterações profundas nos processos de obtenção da CNH. O destaque é a retirada da obrigatoriedade das aulas presenciais em autoescolas. Com isso, candidatos passam a ter acesso a um curso teórico gratuito, no formato digital, ofertado diretamente pelo Ministério dos Transportes, tornando o acesso mais democrático e barato para todos.
No caso das aulas práticas, a carga horária mínima obrigatória foi reduzida para apenas duas horas, e essas aulas também não precisam, necessariamente, ser feitas em instituições particulares. No entanto, permanecem as provas obrigatórias, tanto a teórica quanto a prática, assegurando a avaliação oficial das habilidades do candidato.
Mudanças no processo de obtenção da CNH e benefícios esperados
O governo indica que o objetivo da reformulação é reduzir a burocracia e os custos do processo de habilitação, que podem chegar a R$ 3,2 mil atualmente. Estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros dirigem sem carteira válida devido ao valor elevado e à dificuldade de acesso às aulas. Ao eliminar requisitos considerados estritamente formais, as autoridades buscam proporcionar maior inclusão e acesso ao documento.
Quem já pagou pelas aulas terá direito ao reembolso?

Muitos consumidores pagaram valores antecipadamente às autoescolas. Com isso, a integrante da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-SP, Maria Inês Dolci, esclarece: o aluno que investiu em pacotes para cumprir obrigações que deixam de ser exigidas pode sim solicitar a devolução integral da parte não utilizada. Ou seja, somente as aulas já realizadas ficam fora desse direito.
Segundo a Defensoria Pública, para formalizar o pedido, é preciso apresentar contratos, comprovantes de pagamentos e registros das aulas já feitas. O entendimento jurídico aponta que o motivo da solicitação não é “desistência”, mas uma alteração das condições contratuais por um ato governamental. Essa diferença exclui a cobrança de multas convencionais, limitando eventuais taxas administrativas comprovadas.
A autoescola pode negar ou limitar o reembolso?
De acordo com especialistas em direito do consumidor, recalcular o pacote para reduzir a devolução, aplicando valores unitários das aulas, é considerado prática abusiva. Se o acordo previa, por exemplo, vinte aulas por R$ 2 mil e o aluno só utilizou dez, ele tem direito a metade do valor de volta. O entendimento aponta que a retenção só poderá ocorrer para taxas administrativas mínimas e devidamente comprovadas.
A aplicação de multas de desistência, frequentemente previstas nos contratos, não atende ao caso específico, pois se trata de uma alteração imposta por decisão das autoridades e não por vontade do aluno.
Como proceder se a autoescola recusar o reembolso?
Nos casos em que a instituição negue o reembolso ou proponha recalcular o valor com base em aulas avulsas, o consumidor pode recorrer a órgãos de defesa.
Se não houver acordo, o próximo passo pode ser registrar uma reclamação no Procon. Em situações que envolvem um grupo de pessoas, o Ministério Público pode ser acionado. Quantias menores podem ser resolvidas rapidamente no Juizado Especial Cível, sem custos para o requerente.
Perguntas frequentes
- Quem já concluiu todas as aulas obrigatórias tem direito ao reembolso?
Não. O reembolso se aplica apenas às aulas não realizadas e contratadas antecipadamente. - É preciso pagar alguma multa para solicitar o reembolso?
Não. No novo cenário, a cobrança de multa de desistência é considerada indevida, pois a mudança foi determinada por decisão do governo.
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