O país dá um passo à frente nas soluções oncológicas com a chegada da caneta que identifica câncer em tempo real, um avanço capaz de transformar como cirurgiões lidam com tumores. Agora, decisões fundamentais podem ser tomadas sem perda de tempo, reduzindo riscos e melhorando perspectivas para pacientes e médicos.
O dispositivo, chamado MasSpec Pen System, nasceu da mente inquieta da química brasileira Livia Eberlin e chegou no Brasil por meio de uma colaboração entre o Einstein Hospital Israelita, a Thermo Fisher Scientific e a startup americana MS Pen Technologies.
O estudo tem duração prevista de 24 meses e envolverá pacientes com câncer de pulmão e de tireoide. Essa seleção estratégica permite medir a eficácia da tecnologia nos tipos de tumor em que a precisão e o tempo fazem toda diferença.
Continue acompanhando a leitura e veja como funciona essa caneta.
Como funciona a caneta na sala de cirurgia
Simplicidade e precisão definem a aplicação da MasSpec Pen em um ambiente cirúrgico. Enquanto os métodos tradicionais, como a biópsia, demandam retirada de amostras e análise posterior em laboratório, a nova caneta age ali mesmo, em questão de segundos. O cirurgião encosta a ponta do dispositivo no tecido suspeito; uma pequena gota de água é liberada, coletando moléculas da superfície.
Essas moléculas são então analisadas imediatamente por um espectrômetro de massas, e a inteligência artificial compara os dados à base de informações já armazenadas. O laudo – se o tecido é saudável ou maligno – sai em até 90 segundos, possibilitando decisões rápidas e seguras durante o próprio procedimento cirúrgico.
Essa tecnologia já atrai olhares de especialistas em diversas frentes. Segundo o diretor de sistemas de saúde do Einstein, Eliezer Silva, o uso dessa inovação pode transformar a maneira como as cirurgias contra o câncer são conduzidas no país, oferecendo diagnósticos imediatos e maior proteção ao tecido saudável.
Vantagens e implicações para o tratamento oncológico
Entre os principais benefícios para quem enfrenta o câncer está o aumento da precisão cirúrgica. A caneta permite ao profissional distinguir, de forma rápida, os limiares entre tumor e tecido saudável, reduzindo riscos de recidivas e evitando a retirada desnecessária de partes funcionais do corpo.
Isso não apenas otimiza os resultados clínicos, mas também significa uma recuperação potencialmente mais rápida e menos agressiva para o paciente. Outro impacto direto é a diminuição da ansiedade causada pela espera do resultado de biópsias convencionais, trazendo mais conforto emocional numa fase delicada do tratamento.
O estudo ainda sugere o uso futuro da caneta em outros tipos de tumor e doenças, considerando sua capacidade para identificar biomarcadores imunológicos. Esse avanço promete abrir portas para tratamentos oncológicos cada vez mais individualizados e eficazes.
O caminho até o desenvolvimento do dispositivo

Imagem: UFBA
Livia Eberlin, fundadora da MS Pen Technologies, iniciou sua trajetória na Unicamp e levou sua paixão pela química para os Estados Unidos, onde se especializou no estudo de espectrometria de massas. Inquieta ao ver como as análises de câncer eram lentas e dependiam de alta especialização, se dedicou a criar uma solução portátil e prática, que pudesse ser usada até pelos cirurgiões mais generalistas, a caneta MasSpec Pen System.
Após anos de prototipagem e testes laboratoriais, a caneta fez sua estreia em uma cirurgia em 2019, surpreendendo a equipe médica pelos resultados rápidos e precisos. Desde então, ela passou a ser vista como símbolo de inovação e esperança na oncologia mundial.
Perspectiva de especialistas e próximos passos
O entusiasmo com a caneta não é apenas científico, mas também pessoal. Livia Eberlin destaca que trazer a tecnologia ao Brasil tem significado especial, uma vez que possibilita o acesso a tratamentos avançados para um público diversificado – incluindo pacientes do SUS.
Nos próximos dois anos, os resultados do estudo brasileiro irão comparar diagnósticos feitos pela caneta com aqueles realizados por patologistas em laboratórios.
A expectativa é de que, confirmada a eficiência, o uso do dispositivo seja ampliado para outros centros cirúrgicos do Brasil, democratizando o acesso a um recurso até então exclusivo de poucos países.
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Perguntas frequentes
- O que é a caneta que identifica câncer? É um dispositivo portátil capaz de diagnosticar tecidos como cancerígenos ou saudáveis em tempo real, durante cirurgias, sem a necessidade de biópsias convencionais.
- Como funciona o MasSpec Pen System? A ponta da caneta é encostada no tecido a ser analisado, libera uma gota de água e coleta moléculas, que são imediatamente analisadas por espectrometria de massas, entregando o laudo em até 90 segundos.
- Onde a tecnologia foi desenvolvida? O dispositivo foi idealizado pela química brasileira Livia Eberlin e desenvolvido nos Estados Unidos em parceria com a startup MS Pen Technologies.
- Já está disponível em hospitais do Brasil? Atualmente está em fase de pesquisa clínica, sendo testada no Einstein Hospital Israelita em colaboração com empresas da área de tecnologia e saúde.
- Quais tipos de câncer estão sendo testados? A pesquisa inicial foca em pacientes com câncer de pulmão e de tireoide pela facilidade de acesso cirúrgico e pelo desenvolvimento avançado dos algoritmos de análise.
Saiba mais sobre a brasileira que desenvolveu a caneta que identifica câncer e sua jornada no processo de criação:
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