Existe uma dúvida bastante comum entre as pessoas: beber água gelada após as refeições atrapalha a digestão? A discussão ganha força porque, além de ser um hábito muito praticado, está cercado de mitos, recomendações populares e até crenças vindas de tradições milenares.
Enquanto alguns evitam a água fria com receio de afetar o estômago, outros não abrem mão de um copo bem gelado, especialmente nos dias quentes. Afinal, qual é o impacto real desse costume na digestão? Veja!
Como o corpo lida com a água gelada?
Sempre que uma pessoa consome água em baixas temperaturas, o organismo dela inicia um processo natural chamado termorregulação. O líquido é rapidamente aquecido para atingir os 37°C internos. Ou seja, logo que chega ao estômago, a água gelada deixa de estar fria antes mesmo de seguir para o restante do sistema digestivo.
Estudos recentes mostram que o desconforto alegado por quem teme a água fria após as refeições é mínimo e passageiro. O eventual resfriamento local causa apenas uma breve vasoconstrição (estreitamento dos vasos sanguíneos), mas especialistas concordam: o efeito é tão suave que não compromete a digestão, principalmente em pessoas saudáveis.
Os grandes mitos populares sobre água gelada
Entre as lendas mais repetidas está a ideia de que a água gelada seria capaz de solidificar gorduras ingeridas, retardando o processo digestivo. No entanto, a temperatura interna do corpo, sempre alta e constante, impede que esse fenômeno realmente aconteça. As enzimas digestivas seguem trabalhando normalmente, sem que a ação do frio afete sua eficiência.
Outro ponto bastante debatido é a hipótese de que a água fria poderia “desligar” ou enfraquecer o funcionamento das enzimas, prejudicando a absorção de nutrientes. Na prática, embora haja um impacto temporário da temperatura no estômago, a regulação térmica acontece de forma tão rápida que essa influência não é relevante.
A água gelada acelera o metabolismo?
Muitas pessoas associam o consumo de água gelada com o aumento do metabolismo. O fundamento é real, porém, o efeito é quase simbólico. Quando o corpo precisa aquecer a água, ele gasta uma quantidade pequena de energia, colaborando para a queima de algumas calorias extras. No entanto, mesmo consumindo vários copos ao longo do dia, o impacto no emagrecimento permanece discreto e não substitui uma alimentação equilibrada ou a prática de exercícios físicos regulares.
Quando evitar a água gelada?
Apesar do consumo ser seguro para a grande parte das pessoas, há condições que pedem certa cautela. Quem possui doenças como refluxo gastroesofágico, dispepsia, síndrome do intestino irritável ou distúrbios de motilidade no esôfago pode ter sensibilidade aumentada. Nesses casos, optar por água em temperatura ambiente ou morna gera maior conforto e reduz possíveis desconfortos, como cólicas ou sensação de “peso” no estômago.
Outro ponto importante: indivíduos diagnosticados com refluxo devem evitar a ingestão de grandes volumes líquidos durante as refeições, independentemente da temperatura, pois isso pode aumentar a pressão interna e favorecer sintomas clássicos como azia e queimação.
Hidratação: foco no hábito, não na temperatura

Imagem: Freepik
O que realmente faz diferença para o bom funcionamento do aparelho digestivo é a hidratação adequada. A ingestão regular de água, seja em temperatura ambiente ou gelada, contribui para a emulsificação dos alimentos, amolece as fezes e evita problemas como constipação. O segredo está na quantidade e na frequência, não no grau térmico da bebida!
Especialistas de diversas áreas sugerem que cada pessoa escolha a temperatura mais agradável ao seu paladar. Isso facilita o hábito e amplia a ingestão diária, considerada fundamental para a saúde do corpo como um todo, inclusive na digestão.
Qual a quantidade de água ideal por dia?
De acordo com as orientações mais recentes para o ano de 2025, recomenda-se o consumo médio de 2,7 litros de água diariamente para mulheres e 3,7 litros para homens. Esse valor pode variar conforme atividade física, clima e necessidades específicas, como gestação ou lactação. O importante é distribuir a ingestão de líquidos ao longo do dia, evitando exageros nas grandes refeições.
A temperatura importa?
Pesquisas mostram que, para a maioria das pessoas saudáveis, água gelada não compromete a digestão nem representa perigo ao organismo. Mitos culturais à parte, o hábito pode ser mantido sem culpa, desde que a hidratação seja priorizada. Cada um pode optar pela temperatura que trouxer mais conforto, estimulando o consumo constante e saudável.
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