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Anvisa libera produção de etanol injetável para combater intoxicação por metanol

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O cenário de emergência sanitária no Brasil ganhou um novo reforço na última sexta-feira, 10 de outubro: a Anvisa autorizou a produção de etanol injetável, um medicamento fundamental no tratamento contra a intoxicação por metanol.

Isso aconteceu depois que a Resolução-RE n. 4.012 foi publicada, permitindo ao Laboratório Cristália viabilizar rapidamente o primeiro lote. Em um momento onde agilidade e cooperação entre órgãos públicos e indústria fazem toda a diferença, a produção desse antídoto representa um avanço importante na proteção da saúde pública tendo em vista o crescimento de intoxicações por metanol devido ao consumo acidental ou adulterado de bebidas e produtos químicos.

Veja a seguir mais detalhes e entenda como funcionará o etanol injetável.

Por que o etanol injetável é importante no combate ao metanol?

A intoxicação por metanol é um quadro grave que pode ocorrer por ingestão acidental ou proposital de produtos contaminados ou adulterados. Quando o metanol entra no organismo, é metabolizado em compostos extremamente tóxicos, podendo causar desde problemas visuais até falência de órgãos e morte. Daí a importância do etanol injetável: seu uso como antídoto proporciona uma alternativa rápida e eficaz, reduzindo as complicações da intoxicação.

Além disso, o etanol compete com o metanol pela mesma enzima responsável pelo metabolismo no fígado. Ao “ocupar” esse caminho, o etanol impede que o metanol seja transformado nos metabólitos tóxicos, protegendo o organismo e dando tempo para que os médicos administrem outros cuidados necessários.

Essa estratégia já é reconhecida por autoridades e sociedades médicas como eficaz, especialmente em situações em que outros antídotos, como o fomepizol, não estão disponíveis.

Como foi o processo de autorização e produção do medicamento

Em 9 de outubro de 2025, a empresa responsável fez o pedido oficial à Anvisa. Em menos de 24 horas, após uma análise criteriosa e levando em consideração o cenário de emergência, a autorização para produção do etanol injetável foi concedida. Isso foi possível devido à Resolução 994/2025, que criou procedimentos temporários e emergenciais para fabricação desse medicamento específico.

Para se regularizar junto à Anvisa, a empresa precisa estar sediada no Brasil e seguir todos os requisitos sanitários previstos. O produto final tem que cumprir critérios rigorosos de qualidade, sendo liberado apenas para uso humano e com validade limitada a 120 dias. Todo o lote inicial, produzido pelo Laboratório Cristália, será dedicado ao sistema público de saúde.

Impactos e medidas complementares para proteger a população

Agente da Vigilância em Saúde inspecionando garrafa de bebida alcoólica em bar ou comércio.
Veja as medidas implementadas pelo governo para combater as intoxicações por metanol nas bebidas alcoólicas.
Imagem: Agência Brasil

A distribuição do etanol injetável é apenas uma das ações que vêm sendo coordenadas para lidar com a intoxicação em massa por metanol. Paralelamente, o Ministério da Saúde também recebeu recentemente um lote com 2,6 mil unidades de fomepizol, outro antídoto altamente eficaz. O acesso facilitado a esses medicamentos aumenta as chances de recuperação dos pacientes, trazendo esperança para famílias e profissionais de saúde.

Outras medidas incluem o reforço nas fiscalizações sobre a produção e venda de bebidas alcoólicas, campanhas informativas sobre os riscos do consumo de produtos de procedência duvidosa e o treinamento emergencial das equipes hospitalares.

Como a sociedade pode colaborar e se proteger

Consumidores devem buscar produtos formalizados e fiscalizados, evitando o consumo de qualquer bebida ou substância de origem duvidosa. Verificar os rótulos, evitar compras em locais não confiáveis e buscar atendimento médico imediato em caso de suspeita de intoxicação são medidas fundamentais.

Profissionais de saúde, por sua vez, mantêm atenção especial nas unidades de emergência e intensificam protocolos de atendimento, com acesso agora facilitado ao etanol injetável. A vigilância epidemiológica segue monitorando possíveis novos casos, enquanto órgãos públicos divulgam constantemente orientações à população.

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Perguntas frequentes

  • O que é o etanol injetável? É uma forma purificada de etanol, própria para uso médico, administrada por via intravenosa no tratamento de intoxicação por metanol.
  • Qual a diferença entre etanol comum e injetável? O etanol injetável possui controle de pureza e preparo específico para uso em humanos, enquanto o comum não é adequado para esse fim.
  • Por que o etanol injetável é eficiente contra intoxicação por metanol? Ele impede que o metanol seja transformado em compostos tóxicos, permitindo ao organismo eliminar a substância de forma segura.
  • O lote produzido será vendido em farmácias? Não, todo o lote será doado ao Ministério da Saúde para atender casos emergenciais nos hospitais da rede pública.
  • Existem alternativas ao etanol injetável no Brasil? Sim, o fomepizol também é utilizado como antídoto, mas o etanol injetável é importante quando há indisponibilidade do outro medicamento.
  • A Resolução 994/2025 é definitiva? Não, trata-se de uma medida temporária e emergencial para lidar com a situação de emergência em saúde pública.

Confira as medidas do governo para agilizar o diagnóstico de intoxicação por metanol:

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