Vários metros abaixo da superfície, nas raízes das árvores, vivem as cigarras – insetos pertencentes à ordem Hemiptera –, alimentando-se da seiva das plantas. Uma vez que deixam o solo, os machos atraem as fêmeas por meio do seu som estridente, o que leva muita gente a se perguntar se as cigarras cantam até explodir.
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Em primeiro lugar, é preciso saber que o órgão responsável pelo som é chamado tímpano, porém difere do tímpano humano. Ele provoca sons que podem atingir até 120 decibéis.
Inclusive, a espécie Neotibicen tibicen, por exemplo, produz um som mais alto que o rugido de um leão ou o barulho de uma britadeira.
A cigarra realmente “canta até explodir”?
Na contramão do que muitos pensam, a cigarra não “canta até explodir”. O que ocorre é a ecdise, a troca do exoesqueleto, um processo natural de crescimento do inseto, já que seu exoesqueleto rígido não acompanha o crescimento do seu corpo.
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Quando os músculos ficam grandes demais, o exoesqueleto se rompe e um novo cresce em seu lugar. A olho nu, esse processo pode parecer uma explosão, mas é parte integrante do desenvolvimento da cigarra.
Como é o ciclo de vida das cigarras?
Tudo começa quando as fêmeas depositam seus ovos em fendas nos galhos das árvores. Esses ovos, minúsculos e de cor branca, eclodem após algumas semanas, dando origem às ninfas.
As ninfas recém-eclodidas caem ao solo e, instintivamente, cavam buracos na terra, onde viverão a maior parte de suas vidas.
Durante essa fase subterrânea, que pode durar de 2 a 17 anos, dependendo da espécie, as ninfas se alimentam da seiva das raízes das plantas, absorvendo nutrientes essenciais para seu desenvolvimento.
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Após passarem anos no subsolo, as ninfas emergem, geralmente em grandes números, num espetáculo natural impressionante. Elas escalam árvores ou outras superfícies verticais e passam pela última muda, transformando-se em cigarras adultas.
Esse processo de transformação é conhecido como ecdise, onde as ninfas rompem sua casca externa e saem como adultos alados.
A cigarra adulta, agora equipada com asas, começa sua vida acima do solo. Durante essa fase, esses insetos buscam se reproduzir, o que ocorre quando os machos utilizam seu canto para atrair fêmeas para o acasalamento.
Contribuição desses insetos para o ecossistema
A fase adulta das cigarras é relativamente curta, durando de poucas semanas a alguns meses.
Após o acasalamento, as fêmeas depositam seus ovos em galhos de árvores, reiniciando o ciclo de vida. Infelizmente, elas não vivem muito tempo após a reprodução.
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No entanto, sua contribuição para o ecossistema é significativa, não só em termos de reprodução, mas também servindo como fonte de alimento para diversos predadores.
Além disso, seus corpos, quando se decompõem, fornecem nutrientes orgânicos que enriquecem o solo. Esse processo contribui para o ciclo de nutrientes, beneficiando as plantas e outros organismos do ecossistema.
Assim, as cigarras, através de suas diferentes fases de vida, influenciam positivamente a biodiversidade e a sustentabilidade dos ambientes onde vivem.
Curiosidades sobre as cigarras
- Atividade diurna: as cigarras são mais ativas durante o dia, especialmente nas partes mais quentes, do final da manhã até o fim da tarde;
- Influência da temperatura: o calor aumenta a taxa metabólica das cigarras, tornando seus cantos mais vigorosos e frequentes;
- Barulho em dias quentes: as cigarras são mais barulhentas em dias quentes e ensolarados, quando suas capacidades sonoras atingem o máximo;
- Duração do som: as cigarras anuais ficam ativas por 4 a 6 semanas, enquanto as periódicas, emergindo a cada 13 ou 17 anos, também fazem barulho por um período similar após emergirem.
- Função ecológica: as cigarras são vitais para o ecossistema, servindo como alimento para predadores e auxiliando na aeração do solo.