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Estudo aponta por que alguns cães são medrosos ou agressivos e como agir

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Você já percebeu que alguns cães reagem exageradamente a barulhos ou demonstram comportamento agressivo com pessoas ou outros animais?

Uma das maiores pesquisas já realizadas sobre comportamento canino trouxe respostas intrigantes e dados surpreendentes sobre como os primeiros meses de vida influenciam a personalidade dos cães.

Os resultados podem mudar a forma como tutores e profissionais cuidam desses animais em todas as fases da vida. Continue a leitura e confira todos os detalhes.

Experiências precoces no comportamento dos cães

O estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Harvard e publicado na revista Scientific Reports examinou o histórico de 4.497 cães de 211 raças diferentes.

Os pesquisadores analisaram informações detalhadas sobre o ambiente onde cresceram, experiências de abuso, abandono ou negligência, e como esses fatores se relacionam com comportamentos como medo e agressividade. Isso deixou claro que vivências negativas antes dos seis meses de idade deixam marcas profundas e duradouras, aumentando a tendência desses animais exibirem reações exageradas ou agressivas ao longo da vida.

Dados do levantamento indicam que aproximadamente 33% dos cães avaliados passaram por, pelo menos, uma experiência adversa na “infância canina”. O questionário C-BARQ, utilizado na pesquisa, reuniu relatos de tutores sobre situações como barulhos altos, visitas de desconhecidos e interações com outros animais, permitindo traçar um panorama fiel do comportamento canino em diferentes contextos.

Causas comuns do medo e agressividade

Segundo o artigo, abusos físicos, separação precoce da mãe, acidentes graves e medo intenso provocado por humanos são os acontecimentos mais associados ao desenvolvimento de problemas comportamentais nesses animais. Cães que enfrentaram essas adversidades apresentaram níveis cerca de 7% mais altos de medo e entre 6% a 7% de agressividade em comparação àqueles livres desses traumas.

Os efeitos são ainda mais acentuados quando o trauma é acumulativo e vivenciado nos primeiros seis meses de vida. Já situações negativas ocorridas na adolescência ou na fase adulta tendem a causar impactos menores, indicando o quão importante é o início da vida dos filhotes para sua saúde emocional futura.

Diversidade entre raças e papel da genética

Os cientistas observaram que certas raças possuíam maior sensibilidade a traumas precoces. American Eskimo Dog, Siberian Husky e American Leopard Hound, por exemplo, demonstraram níveis mais elevados de medo e agressividade após vivências negativas. Em contrapartida, Labradores e Golden Retrievers mostraram-se mais resilientes a essas situações.

Essas variações não decorrem apenas do ambiente, mas também da genética. A herança genética de cada linhagem pode apresentar tolerância diferente ao estresse e à adversidade.

Importância da socialização precoce

Outro ponto destacado é a relevância do período de socialização precoce, entre a terceira e a décima segunda semana de vida. Durante esse intervalo, os filhotes assimilam informações essenciais sobre o mundo, aprendem a lidar com estímulos variados e estabelecem vínculos de confiança. Cães que passaram por experiências positivas com outros animais e ambientes nessa fase demonstram maior tolerância ao estresse e maior facilidade de adaptação a novos ambientes ou pessoas.

Por outro lado, a ausência de estímulos ou o abandono nesse período tende a aumentar a propensão de desenvolver comportamentos indesejados, como agressividade, ansiedade ou isolamento. Essas tendências, inclusive, estão entre os principais motivos de rejeição e até mesmo eutanásia de cães em abrigos.

Como identificar sinais de medo e agressividade

Cachorro com olhar preocupado, sinalizando medo, com o corpo encolhido.
Reconhecer sinais de medo e agressividade é essencial para garantir a segurança/ Imagem: Freepik .

Comportamentos agressivos variam desde rosnados e exposição dos dentes até ataques diretos. Já o medo pode ser identificado por posturas corporais encolhidas, tremores, tentativas de fuga ou recusa em interagir com pessoas desconhecidas ou outros animais.

Saber reconhecer esses sinais pode ajudar a desenvolver um convívio doméstico harmônico e garantir a segurança do próprio animal e das pessoas ao redor.

Como agir com cães com histórico traumático

A pesquisa destaca que o ambiente atual, a socialização adequada e cuidados atentos podem suavizar, e em alguns casos, até reverter, os efeitos negativos de experiências traumáticas. Intervenções precoces, enriquecimento ambiental com estímulos positivos e interação humana segura são estratégias recomendadas para fortalecer o equilíbrio emocional dos animais.

Treinamentos baseados em reforço positivo, paciência e contato gradual com novas pessoas e ambientes ajudam a aumentar a confiança do animal, reduzindo episódios de medo ou agressividade. O acompanhamento de um adestrador ou comportamentalista animal também pode ser importante para casos mais complexos, promovendo avanços na reabilitação.

Limitações do estudo e caminhos futuros

Os pesquisadores alertam para algumas limitações metodológicas, entre elas o fato de as informações serem baseadas nos relatos dos tutores, o que pode trazer imprecisões por memória ou interpretações. A amostra também foi composta por pessoas de países de língua inglesa recrutadas online, o que reduz a diversidade cultural e social do estudo. Apesar disso, o questionário empregado é internacionalmente validado por pesquisas anteriores.

Importante ressaltar que os dados apresentam tendências populacionais, não determinando que todo animal submetido a traumas se tornará, necessariamente, agressivo ou medroso. Diferentes fatores do ambiente, genética e os cuidados atuais podem contribuir para trajetórias diferentes.

Perguntas frequentes

  • Quais sinais indicam que um cão está com medo?
    Posturas encolhidas, tremores, tentativa de fuga e recusa de aproximação podem ser indícios claros.
  • Cães agressivos sempre foram maltratados?
    Não necessariamente. Fatores genéticos, ambiente atual e experiências de socialização podem influenciar.

Continue acessando o NOTÍCIAS CONCURSOS e fique por dentro de mais notícias sobre o assunto.

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