Obter a Carteira Nacional de Habilitação é o desejo de muitos brasileiros que querem conquistar autonomia e mais facilidade no deslocamento. As CNH regras sempre estiveram em evolução, acompanhando as necessidades e transformações da sociedade.
Em 2025, o cenário do trânsito brasileiro apresenta novos contornos. Para quem pretende iniciar o processo de habilitação ou apenas se interessa pelas mudanças nas leis, é importante acompanhar o que pode mudar, o que continua obrigatório e como essas decisões afetam o bolso, o tempo investido e, principalmente, a qualidade da formação dos motoristas no país.
Como é hoje o processo para tirar CNH?
Em vigor desde 2020, a Resolução nº 789 do Contran estabeleceu as regras atuais para que candidatos à primeira habilitação sigam um roteiro bem definido. Tudo começa com a escolha do Centro de Formação de Condutores (CFC), onde são feitas as aulas teóricas, as práticas e os agendamentos das etapas obrigatórias.
Etapas obrigatórias
- Inscrição e coleta biométrica no Detran local
- Exame médico de aptidão física e mental
- Exame psicotécnico
- Curso teórico (45 horas-aula apenas em CFCs credenciados)
- Prova teórica (presencial, aplicada pelo Detran)
- Aulas práticas obrigatórias (mínimo de 20h aula para categorias A e B)
- Exame prático (realizado nas pistas do Detran)
Cada uma dessas etapas precisa ser realizada na ordem estabelecida pela norma. Se o candidato reprovar na prova teórica ou prática, deve refazer apenas aquela etapa, sem necessidade de reiniciar o processo inteiro.
O que pode mudar? O cenário de novas regras em debate
Uma proposta apresentada pelo Governo Federal pode modificar elementos centrais na formação de novos condutores. O objetivo, segundo a minuta do novo regulamento, é trazer flexibilidade, menos burocracia e custos reduzidos ao candidato, ampliando as opções de ensino e avaliação.
- Aulas práticas poderão deixar de ser obrigatórias: o candidato poderia ir direto para o exame de direção, caso se sinta preparado; quem optar por treinar pode buscar um instrutor particular, uma autoescola ou usar carro próprio.
- Curso teórico com mais opções: poderá ser feito em CFCs, por ensino à distância (EaD), em Escolas Públicas de Trânsito ou até mesmo em cursos gratuitos da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
- Prova teórica com verificação de alfabetização: além da prova de múltipla escolha, será necessário escrever uma frase de pelo menos dez palavras para comprovar que o candidato sabe ler e escrever.
- Ordem dos exames alterada: o curso teórico passa a ser a etapa inicial, seguido dos exames médico e psicológico, invertendo a lógica vigente.
- Validade do processo sem prazo: não há mais expiração em 12 meses; o processo só se encerra com a conclusão, desistência ou óbito do candidato.
Novo exame prático: pontuação invertida e mais transparência
O exame de direção passará a ter uma pontuação inicial de 100 pontos, com descontos proporcionais à gravidade das infrações cometidas durante a avaliação. Outra proposta permite realizar nova tentativa no mesmo dia em que houver reprovação, agilizando o procedimento. Para ampliar a transparência, há previsão do uso de gravação em áudio e vídeo no teste prático.
Principais mudanças propostas: resumo em tabela
Etapa | Como é hoje (Res. 789/20) | Como pode ficar (Minuta em debate) |
---|---|---|
Aulas Práticas | Obrigatórias (mín. 20h para A/B) | Opcionais; candidato pode treinar fora da autoescola e ir direto ao exame |
Curso Teórico | Exclusivo nos CFCs (presencial, 45h) | Diversas opções: CFC/EAD/Escola Pública de Trânsito/curso gratuito Senatran |
Exame Teórico | Presencial, aplicado pelo Detran, 70% mínimo de acertos | Presencial, híbrido ou remoto; Banco Nacional de Questões; prova de alfabetização |
Exame Prático | Sistema de pontos negativos; reprovação com 3 ou mais erros graves | Inicia com 100 pontos; desconto por erro proporcional; nova tentativa no mesmo dia |
Validade do Processo | Expira em 12 meses | Tempo indeterminado |
Mudança de Categoria | Obrigatórias (mín. 15h em CFC) | Obrigatórias (mín. 10h) em CFC ou Sest/Senat |
O impacto das possíveis mudanças na formação de condutores
Com a flexibilização prevista na minuta, a responsabilidade de decidir quando está preparado para os exames passaria a ser do próprio candidato. Há dúvidas sobre como essa autonomia afetaria a qualidade da formação, além do temor de prejuízos à segurança viária.
Especialistas ponderam que a retirada da obrigatoriedade das aulas práticas pode beneficiar quem já tem familiaridade com veículos, mas pode revelar fragilidades entre aqueles que necessitam de orientação. O debate se intensifica sobre o papel dos instrutores credenciados e das escolas na formação de uma postura responsável e ética no trânsito.
Formação online ou presencial?
A possibilidade de escolher onde fazer as aulas teóricas amplia o acesso à formação, sobretudo para candidatos de cidades pequenas ou que preferem estudar em casa. O desafio será garantir que o ensino remoto mantenha o mesmo padrão de qualidade e a avaliação justa, evitando fraudes ou aprovações sem a real aquisição do conhecimento.
Além disso, a utilização do Banco Nacional de Questões e a prova de alfabetização contribuem para um processo mais padronizado e seguro. Por outro lado, é fundamental acompanhar como será o suporte das plataformas digitais para evitar exclusão de alunos com menos habilidade tecnológica.
Vantagens e desafios do novo modelo previsto
Benefícios esperados
- Redução de custos para quem já possui conhecimento ou facilidade no aprendizado prático.
- Mais autonomia para o aluno, que pode personalizar seu percurso de formação.
- Incentivo à digitalização, facilitando o acesso ao ensino teórico remoto.
- Possibilidade de exames híbridos ou remotos, tornando o processo menos dependente da estrutura dos Detrans.
Desafios e pontos de atenção
- Risco de desigualdade entre candidatos que têm recursos ou apoio familiar para treinar, e os que dependem exclusivamente das autoescolas.
- Piora na formação se o candidato não buscar treinamento adequado, aumentando o índice de reprovações e acidentes.
- Potencial aumento da preparação privada não regulamentada, exigindo fiscalização eficiente do Estado.
Como a mudança afeta quem já está no processo?
Quem já iniciou a formação sob as regras atuais permanece seguindo o roteiro vigente até a publicação da nova norma. Após a aprovação da minuta definitiva, será definido um período de transição, mas a expectativa é que não haja prejuízo aos direitos adquiridos por quem está com o processo em andamento.
Para quem está pensando em dar entrada na CNH, as notícias trazem um debate importante sobre um processo mais moderno, menos burocrático e potencialmente mais acessível. Por outro lado, é preciso acompanhar de perto como as autoridades vão fiscalizar a formação prática diante da possível flexibilização.

O que esperar nos próximos meses?
O texto da minuta segue em consulta pública, aberto à participação da sociedade, profissionais de trânsito, autoescolas e entidades civis. O Governo Federal afirma que pretende publicar a versão definitiva apenas após analisar todas as contribuições recebidas.
A expectativa é que mudanças efetivas tragam benefícios ao cidadão, sem descuidar da segurança e da qualidade no trânsito. O uso crescente de ferramentas digitais, o acesso ampliado ao curso teórico e a autonomia do candidato refletem tendências legislativas de outros países e ajustes necessários ao contexto atual brasileiro.
Enquanto as mudanças não são oficializadas, fica a recomendação para quem pretende tirar a habilitação: informe-se, acompanhe as novidades na legislação e procure orientação em fontes confiáveis. As CNH regras estão em pauta e podem influenciar a vida de milhões nos próximos anos.
Perguntas Frequentes
- Quem já está no meio do processo terá que se adaptar às novas regras?
Não. Quem já iniciou o processo seguirá as regras em vigor até a publicação da nova norma. Um período de transição será definido para adaptação dos candidatos. - É obrigatório fazer autoescola na nova proposta?
Não. O candidato pode optar por treinar sozinho, com instrutor credenciado ou direto para a prova prática, segundo o texto em análise. - Como funcionará o curso teórico online?
Será possível estudar por EaD, desde que a plataforma seja validada pela Senatran, e a aprovação nas avaliações será acompanhada rigorosamente para evitar fraudes. - Posso usar meu próprio carro ou moto para treinar?
Sim, desde que seja acompanhado de instrutor credenciado e tenha a Licença de Aprendizagem de Direção Veicular (LADV) válida. - Quanto tempo terei para finalizar meu processo?
O prazo deixará de existir, conforme prevê a minuta. O processo só encerra quando for concluído, houver desistência ou em caso de óbito. - Mudanças afetam a validade da CNH vencida?
Não. A discussão das novas regras é exclusiva para obtenção da primeira habilitação, não altera prazos de renovação da CNH emitida. - Haverá exames remotos de direção?
Existe a proposta de avaliações híbridas e remotas apenas para o exame teórico. O exame prático seguirá sendo presencial, mas pode ganhar gravação em vídeo. - Como será o exame de alfabetização?
O candidato deverá escrever uma frase de dez palavras ou mais para comprovar saber ler e escrever, além de responder à prova objetiva. - Posso marcar o exame prático sem fazer aulas práticas?
Sim, se aprovado, o candidato poderá agendar o exame direto, sem cumprir carga obrigatória de aulas práticas em autoescola. - O Banco Nacional de Questões já está em vigor?
O Banco Nacional de Questões será criado se a nova minuta for aprovada, tornando as provas mais padronizadas e seguras.
O post Quer tirar a CNH? Entenda o processo atual e as novidades que podem vir apareceu primeiro em Notícias Concursos.