Você pode até não ser faixa preta em colecionismo, mas se tiver uma moeda olímpica do judô esquecida na gaveta, talvez esteja prestes a dar um verdadeiro ippon no tédio financeiro.
Emitida em 2014 para celebrar os Jogos Olímpicos do Rio, a peça de R$ 1 dedicada à modalidade entrou em circulação como qualquer outra, mas algumas versões com erro de fabricação viraram alvo de colecionadores e podem valer até R$ 280.
O motivo? Um detalhe quase imperceptível chamado reverso horizontal.
O valor de venda varia conforme a conservação da peça, mas mesmo moedas com leves sinais de uso podem alcançar boas cifras em sites especializados.
Se você ficou curioso, vale dar aquela conferida na carteira, no cofrinho ou até naquele pote de troco do armário. Afinal, encontrar essa moeda é como aplicar um golpe certeiro no azar: pequeno, rápido e com grande impacto no bolso.
A moeda do judô
Como dito, a moeda olímpica do judô é muito querida entre os colecionadores. Mas por ser especial, é natural que ela não seja tão comum no comércio, o que leva muita gente a não conhecer os seus detalhes.
Para ajudar neste processo de identificação, listamos abaixo um grupo com as principais características do exemplar, tomando como base as informações previamente disponibilizadas pelo Banco Central (BC):
- Material: inox+bronze
- Diâmetro: 27,0 mm
- Massa: 7,00 g
- Espessura: 1,95 mm
- Bordo: serrilhado interm.
- Eixo: reverso moeda (EH) ?
- Circulação: de 28/11/2014 a atual
- Desenho do Anverso: Imagem representando o Judô, logomarca dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e dístico BRASIL
- Desenho do Reverso: No anel dourado, grafismo indígena marajoara. No núcleo prateado, esfera sobreposta por uma faixa de júbilo, que, com a constelação do Cruzeiro do Sul, faz alusão ao Pavilhão Nacional, e os dísticos correspondentes ao valor facial e ao ano de cunhagem
As Olimpíadas de 2016
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro foram realizados em agosto daquele ano na cidade do Rio de Janeiro. Aquela foi a primeira vez que uma edição olímpica foi realizada na América do Sul. Quase todas os países do mundo enviaram atletas aos jogos em questão.
Naquela ocasião, o evento foi realizado em um contexto de grande ebulição política no país, já que a então presidente Dilma Rousseff (PT) foi retirada do cargo de chefe do executivo apenas alguns dias antes dos Jogos. Quem abriu a Cerimônia de Abertura foi o seu vice-presidente, Michel Temer, que tinha acabado de assumir o poder.
Antes de toda esta polêmica, o Banco Central (BC) decidiu lançar as moedas comemorativas, que viraram uma espécie de febre entre os colecionadores. A cada ano que passa, os exemplares se tornam mais raros, e já podem ser vendidos por um alto valor quase dez anos depois da realização dos Jogos.
Os valores das moedas
Mas, afinal, quais são os reais valores indicados para as moedas do judô, que contam com o reverso horizontal?
De acordo com os catálogos numismáticos mais atualizados, moedas de outras modalidades também podem ter valores diferenciados. Veja na imagem abaixo:

O que é uma moeda reverso horizontal?
Mas afinal de contas, o que seria uma moeda com reverso horizontal? Para entender esta pergunta, é necessário saber que o Brasil adota um sistema de padrão reverso moeda, ou seja, eixo horizontal (EH). As moedas que fogem deste padrão exigido são conhecidas como reverso horizontal, e são consideradas muito raras.
Basicamente, as moedas com reverso horizontal são aquelas que possuem o reverso com alinhamento contrário ou horizontal ao alinhamento original. Na prática, para saber se uma moeda tem este defeito, basta segurar a peça com a face em posição normal virada para você. Logo depois, basta girar de baixo para cima.
Se o outro lado estiver de cabeça para o lado, estamos falando de uma moeda com reverso horizontal, ou seja, uma peça valiosa. Vale frisar que qualquer item pode ser reverso horizontal. Até mesmo centavos podem ter este tipo de defeito. Em todos os casos, a peça poderá valer mais.
“Mas definir valor comercial à essas moedas é algo relativamente complicado, principalmente porque, como foram produzidas como erros durante o processo de cunhagem, não há registros da quantidade de moedas emitidas”, diz o especialista Plínio Pierry.