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O que significa, para a Psicologia, acumular roupas na cama?

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O hábito de acumular roupas usadas na cama ou sobre uma cadeira, embora aparentemente banal, pode revelar pistas importantes sobre o estado emocional e os hábitos de um indivíduo.

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Deixar as peças em um canto do quarto, uma ação comum após um dia cansativo de trabalho, estudo ou convívio social, muitas vezes reflete a busca imediata por conforto, deixando a organização em segundo plano. No entanto, a psicologia sugere que essa repetição pode estar ligada a outros fatores, como:

1. Procrastinação

O acúmulo de roupas na cama pode ser causado por diversas razões, como procrastinação, paralisia diante de muitas escolhas, entre outras. Foto: Reprodução / Pexels

Um estudo publicado no “Psychological Bulletin” revelou que 15% a 20% das pessoas procrastinam cronicamente, muitas vezes adiando tarefas cotidianas, como guardar roupas.

A pesquisa sugere que a procrastinação está ligada à aversão a atividades consideradas chatas ou sem importância, levando ao acúmulo de tarefas ou objetos em espaços.

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A teoria da motivação temporal, citada no estudo, explica que a impulsividade e a falta de autocontrole contribuem para esse comportamento, tornando difícil iniciar atividades tidas como desinteressantes.

Outro aspecto destacado é a falta de recompensa imediata. No contexto de guardar as roupas, essa ação não gera um benefício tangível no curto prazo, fazendo com que as pessoas priorizem atividades mais prazerosas ou urgentes.

Esse padrão é especialmente comum em indivíduos com baixa autoestima, que duvidam de sua capacidade de organizar tarefas domésticas de forma eficiente.

2. Paralisia da decisão

Uma pesquisa publicada na revista “Sustainability” mostrou que o excesso de escolhas pode levar à paralisia decisória, fenômeno que também se aplica ao acúmulo de roupas.

Quando as pessoas precisam decidir o que guardar, doar ou lavar, a sobrecarga de opções as deixa imobilizadas, resultando em pilhas de roupas sem destino definido.

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O estudo comparou diferentes gerações e concluiu que, quanto mais opções disponíveis, maior a tendência à inação. Além disso, o medo do arrependimento desempenha um papel importante.

Muitas pessoas temem descartar uma peça e depois se arrepender, especialmente se ela tiver valor sentimental ou potencial utilidade futura.

Essa indecisão faz com que as roupas permaneçam acumuladas, criando um ciclo de desorganização. A solução proposta pelo estudo é começar com pequenas decisões para reduzir a sensação de sobrecarga.

3. Apego emocional

Um estudo da Universidade de Bath, publicado na “Behavior Therapy“, descobriu que pessoas com dificuldade de descartar objetos frequentemente associam-nos a memórias positivas ou emocionalmente significativas.

No caso de roupas, peças antigas podem remeter a momentos especiais, como viagens, presentes de entes queridos ou fases importantes da vida. Essa conexão emocional torna difícil se desfazer delas, mesmo quando não são mais usadas.

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A pesquisa também destacou que indivíduos sem problemas de acumulação conseguem “desativar” essas memórias para facilitar o descarte, enquanto outros as revivem intensamente, impedindo a organização.

Terapias cognitivo-comportamentais têm explorado técnicas para ajudar a “reescrever” essas associações, como focar nas vantagens de um ambiente organizado.

Sem estratégias para lidar com esse apego, as roupas continuam se acumulando como uma extensão das memórias que representam.

4. Falta de organização

Muitas pessoas acumulam roupas na cama simplesmente por falta de um sistema organizado. Quando não há um lugar definido para cada peça ou quando guardá-las exige muito esforço, é mais fácil deixá-las jogadas.

Com o tempo, isso se torna um hábito automático, ou seja, a pessoa nem percebe que está fazendo. Além disso, quem não tem o costume de organizar as coisas acaba adiando a arrumação.

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A cama se torna um “local temporário” para roupas usadas, limpas ou ainda não decididas. Como não há uma rotina de guardar tudo no lugar certo, o acúmulo só aumenta.

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